A jornalista Maria Elisa Domingues leva-nos neste livro numa viagem ao mundo do cancro. A palavra entrou na sua vida, graças ao cancro de mama da mãe. Do choque da notícia, à decisão do tratamento, a cirurgia, a comunicação com os médicos, as dificuldades que sentiu enquanto cuidadora. Uma realidade que atinge milhares de portugueses, entre doentes, familiares e amigos. Num trabalho emotivo e cuidado, a autora conversou com médicos, especialistas, enfermeiros e dá voz à história de catorze doentes oncológicos.
“(…) Uma viagem pelo mundo, ou pelo sub-mundo do cancro, a doença que nos habituámos a associar à morte e que, por isso, provoca em nós um abalo sísmico, às vezes até, uma alteração da personalidade. (…) A maior parte dos cancros, quando detectados a tempo, são curáveis, como todos sabemos. O livro mostra, aliás, ao lado de alguns insucessos, muitos êxitos da medicina. Eu próprio sou doente oncológico há anos e aqui estou a testemunhar que há sempre lugar para a esperança. É preciso acreditar.” – António Arnaut, in Prefácio
Fonte: A Esfera dos Livros
A maioria das pessoas não sabe, nem quer saber, que - seja qual seja a doença - quem cuida também sofre. E que a morte do doente não acaba com o sofrimento do cuidador. Porque durante meses, anos, por vezes décadas, o cuidador viveu apenas e somente para o doente, e quando o doente morre, o cuidador pergunta-se se terá feito tudo, mas mesmo tudo, para salvar o doente. E a experiência deixa marcas, são cicatrizes que não se vêm mas que se sentem, sempre.
8 comentários:
Ouvi-a a falar sobre o livro um dia destes e passei a admirá-la ainda mais.
É um sentimento de impotência avassalador.
É uma grande verdade, quem cuida também sofre e esse sofrimento estende-se depois da morte da pessoa doente.
S*: a Maria Elisa era-me indiferente como pessoa e profissional, mas agora olho com 'outros olhos' para ela.
DUDU: infelizmente é um sentimento que ambas sentimos...
O SEXO E A IDADE: mas uma verdade ainda desconhecida...
*C*INDERELA: ...e o tempo suaviza a dor mas não a apaga...
Aprende-se a lidar com a saudade........Tb eu tratei e cuidei da minha que morreu de cancro de estômago.....horrivel tanto sofrimento..........
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