"Deixei
na Primavera o cheiro a cravo
rosa e quimera que me encravam
na memória que
inventei
E andei
como quem espera pelo fracasso
contra mazela em corpo de aço
nas ruelas do desdém
E a mim que importa
se é bem ou mal
se me falha a cor da chama a vida toda
é-me igual
Vi sem volta
queira eu ou não
que me calhe a vida insane e vossa em boda
até ao Verão
Deixei
na Primavera o som do encanto
riça promessa e sono santo
já não sei o que é dormir bem
E andei
pelas favelas do que eu faço
ora tropeço em erros crassos
ora esqueço onde errei
E a mim que importa
se é bem ou mal
se me falha a cor da chama a vida toda
é-me igual
Vi sem volta
queira eu ou não
que me calhe a vida insane e
vossa em boda
até ao Verão
E a mim que importa
se é bem ou mal
se me falha a cor da
chama a vida toda
é-me igual
Vi sem volta
queira eu ou não
que me calhe a vida insane e vossa em
boda
até ao Verão
Deixei
na Primavera o som do encanto..."
(ANA MOURA - Até ao Verão")