Em relação com o post CLASSIFICADOS, a Gata-Mãe mostrou-me um texto da HELENA SACADURA CABRAL chamado "SERVIÇO DOMÉSTICO" ("Bocados de Nós", Oficina do Livro, 2006), do qual transcrevo parte.
"Sou de uma geração em que as empregadas domésticas se chamavam criadas, e em que estas ficavam anos seguidos ao serviço da mesma família.
Nessa época, a criada vivia habitualmente em casa dos patrões, não tinha horário fixo e, consideravam os progressistas de então, era uma das classes mais exploradas e oprimidas.
Os anos passaram e com o 25 de Abril tudo mudou.
Hoje continua a tratar-se de mão-de-obra geralmente não qualificada, muito escassa, com horários flexíveis e reduzidos, atingindo um nível de salários completamente desproporcionado com as habilitações exigidas, o qual não está, infelizmente, ao alcance da maioria das bolsas.
Por outro lado, o nível de descontos legais obrigatórios é elevado, face à falta de especialização requerida, e a entidade patronal, que tem todas as obrigações relativas ao empregado por sua conta, não tem, em contrapartida, a possibilidade de abater aos seus impostos a parcela que a esse mesmo empregado corresponde.
Assim há quem receba, mensalmente, entre salário e alimentação, mais de mil euros, completamente livre de impostos, não sendo permitida à entidade patronal pagante considerar, à semelhança de uma pequena empresa, esta importância como um custo.
Deste modo, chega-se à situação aberrante de certas empregadas de serviço doméstico auferirem, hoje, em espécie e em géneros, valores que ultrapassam o salário de um assistente universitário, para o qual são exigidas altas habilitações escolares.
Vejamos o exemplo: a Francisca trabalha em cinco casas diferentes, dando a cada uma delas oito horas de trabalho. O seu preço horário é de 5 €, incluindo pequeno-almoço, almoço e lanche, pagando cada uma das cinco casas a sua quota-parte das respectivas férias. Isto significa que a Francisca recebe por semana 200 €, o que equivale a um ordenado mensal de 800 €. Como a esta importância há que juntar a mensualizaçao das Férias e do Natal, aquele valor será acrescido de mais 133 €. Ou seja, a Francisca recebe, em dinheiro, mais de mais de 930 euros. (...)"
Decididamente, se quero safar-me, tenho que dedicar-me às limpezas!E, modéstia à parte, limpo bem e rápido!
"Sou de uma geração em que as empregadas domésticas se chamavam criadas, e em que estas ficavam anos seguidos ao serviço da mesma família.
Nessa época, a criada vivia habitualmente em casa dos patrões, não tinha horário fixo e, consideravam os progressistas de então, era uma das classes mais exploradas e oprimidas.
Os anos passaram e com o 25 de Abril tudo mudou.
Hoje continua a tratar-se de mão-de-obra geralmente não qualificada, muito escassa, com horários flexíveis e reduzidos, atingindo um nível de salários completamente desproporcionado com as habilitações exigidas, o qual não está, infelizmente, ao alcance da maioria das bolsas.
Por outro lado, o nível de descontos legais obrigatórios é elevado, face à falta de especialização requerida, e a entidade patronal, que tem todas as obrigações relativas ao empregado por sua conta, não tem, em contrapartida, a possibilidade de abater aos seus impostos a parcela que a esse mesmo empregado corresponde.
Assim há quem receba, mensalmente, entre salário e alimentação, mais de mil euros, completamente livre de impostos, não sendo permitida à entidade patronal pagante considerar, à semelhança de uma pequena empresa, esta importância como um custo.
Deste modo, chega-se à situação aberrante de certas empregadas de serviço doméstico auferirem, hoje, em espécie e em géneros, valores que ultrapassam o salário de um assistente universitário, para o qual são exigidas altas habilitações escolares.
Vejamos o exemplo: a Francisca trabalha em cinco casas diferentes, dando a cada uma delas oito horas de trabalho. O seu preço horário é de 5 €, incluindo pequeno-almoço, almoço e lanche, pagando cada uma das cinco casas a sua quota-parte das respectivas férias. Isto significa que a Francisca recebe por semana 200 €, o que equivale a um ordenado mensal de 800 €. Como a esta importância há que juntar a mensualizaçao das Férias e do Natal, aquele valor será acrescido de mais 133 €. Ou seja, a Francisca recebe, em dinheiro, mais de mais de 930 euros. (...)"
Decididamente, se quero safar-me, tenho que dedicar-me às limpezas!E, modéstia à parte, limpo bem e rápido!
4 comentários:
Quem estudou tá bem lixado... Ou tem excesso de habilitações, ou então tentam pagar-lhe um salário miserável.
Bjokas
rápido n interessa nada, nessas coisas o k interessa é fazer render o peixe
ANIRA THE CAT: querem o máximo mas pagam o mínimo! (Portugal é o país da UE com o menor número de licenciados...)
HIERRA: mais rápido = mais tempo, mais casas, mais dinheiro, capiche?! :-)
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