A
minha vida como Administradora do Condomínio é uma festa! [Take 321]
Há
um casal que é proprietário de um imóvel no edifício, mas o imóvel está arrendado e
o casal vive em Mafra.
Em
27 de Janeiro, eu telefonei e informei que era a nova administradora e que as quotas
estavam a pagamento e que o mesmo poderia ser feito por transferência bancária, depósito em conta, envio de cheque,
ou então pessoalmente... MAS... com prévio aviso e acordo, porque eu trabalho e, durante a
semana, chego a casa perto das 20 horas e ao fim-de-semana nem sempre estou em
casa.
Em
27 de Fevereiro, eu telefonei novamente… “Ai e tal, desculpe… blá blá blá Whiskas
Saquetas blá blá blá...”
Em
27 de Março, eu telefonei novamente… “Ai desculpe mas o meu marido teve um AVC e eu não
posso ir a Lisboa.”
Em
minha defesa [até porque ninguém - ok, excepto a minha progenitora! - defende moi-même!], eu digo que não sou má pessoa e até tenho alguma paciência mas a paciência tem
limites!
Eu
disse à senhora que lamentava e desejava as melhoras do marido... MAS... que eu avisei
duas vezes e que se eles tivessem pago de imediato, eu não estava sempre a telefonar e relembrar! E ainda acrescentei que, se todos os condóminos me dessem desculpas e não
me pagassem as quotas, eu não tinha dinheiro para pagar as despesas. E depois rematei que, se eles não pagassem até 7 de Abril, eu iria aplicar uma coima de 10% por cada mês em atraso.
Resumido & Baralhando:
no sábado passado, às 11 horas em ponto, a senhora bateu à minha porta – mas com umas
trombas maiores que uma manada de elefantes! Bem... Ela pagou as quotas. Eu dei os respectivos
recibos.
Mas no fim não resisti e dei-lhe um ‘chá’: “Eu sei que a senhora está aborrecida comigo mas as
pessoas não têm apenas direitos, têm também deveres!” E a senhora respondeu: “Eu
não estou aborrecida, estou chocada!!! Porque a menina sabe que o meu marido
está doente e obrigou-me a vir pagar!!!”
E a ‘menina’ ripostou: “A obrigação não é minha, é sua! E sabe? No ano em que
o meu pai adoeceu e faleceu, ele era o administrador do edifício, a minha mãe estava de rastos, pelo que EU é que tive que arregaçar as mangas e meter as mãos na massa!
E sabe? Ninguém - ninguém!!! - se preocupou ou me ajudou!!! Porque as obrigações não se
compadecem com doenças ou mortes! E eu avisei duas - duas!!! - vezes, vocês não pagaram porque não se preocuparam, portanto não venham agora com a desculpa da doença, ok?”
E a senhora meteu-se no elevador e nem um 'piu'... Mas eu aposto o meu belo pêlo em como todos os condóminos sabem da história! E eu, para não variar, sou a má da fita... Porque a culpa é sempre minha [sempreee!], mesmo quando não é.