quinta-feira, 3 de julho de 2014

SOPHIA de MELLO BREYNER ANDRESEN - Honras de Panteão Nacional


Uma década depois do dia da sua morte, ontem SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN [uma das maiores poetisas portuguesas e a primeira mulher portuguesa que recebeu o maior prémio literário da língua portuguesa, o Prémio Camões] tem Honras de Panteão Nacional.

«Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem,
No interior das coisas canto nua.

Aqui livre sou eu — eco da lua,
E dos jardins, os gestos recebidos,
E o tumulto dos gestos pressentidos,
Aqui sou eu em tudo quanto amei.

Não por aquilo que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos actos que vivi,
Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.» 

in “Aqui” (in "Dia do Mar", 1947) 
de Sophia de Mello Breyner Andresen

2 comentários:

Suricate disse...

Quem me dera um átomo de lágrima do talento desta Senhora com a palavra.
Partilho com ela o mesmo dia de nascimento:)...não do mesmo ano:)

GATA disse...

SURICATE: tu partilhas com ela a data de nascimento...:-) eu partilho com ela a data de falecimento... :-(

Citando a Sophia: "quando o meu corpo apodrecer e eu for morta / continuará o jardim, o céu e o mar..." ["Quando" em "Dia do Mar"]