Eu sempre gostei de dar – e também de
receber, não sou hipócrita! –, mas com o tempo e a idade cansei-me.
Primeiro, os souvenirs: sempre que ia de
férias, trazia um souvenir para os amigos; mas os amigos quando iam de férias
não traziam nada… ou porque não iam de férias para o estrangeiro (em Portugal
não há souvenirs!) ou porque “ah já lá estiveste, então não trouxe nada…”
Actualmente, quando viajo, trago apenas para quem sei que também traz para mim,
e contam-se pelos dedos de uma mão e ainda sobram dedos!
Depois, as prendas de Natal: eu tinha sempre
o cuidado de oferecer algo especial, que sabia que a pessoa queria ou gostaria,
mas recebi tanta porcaria que desisti. (...e muita sem hipóteses de troca
porque os talões de troca desapareciam misteriosamente!)
Por fim, as prendas de Aniversário: eu também
tinha sempre o cuidado de oferecer algo especial, que sabia que a pessoa queria
ou gostaria, mas também recebi tanta porcaria… No entanto, eu ainda dava prenda
a meia-dúzia de gatos-pingados... Mas este ano duas pessoas próximas não me
deram prenda de Aniversário [nota: o meu aniversário foi há quase 6 meses]...
Uma disse, há dias, que não estava esquecida mas que aproveitava e juntava a
prenda de Aniversário com a de Natal (?!?!?!). Outra não disse nada, não deu
prenda nem deu explicação para a ausência de prenda.
Não venham com a
história – e desculpa – da crise, porque tanto uma como outra ainda têm cinco
euros para poder gastar. A minha indignação não é pela prenda – ou a ausência
da mesma –, é pela falta de consideração. E, mais uma vez, a culpa é minha: eu tenho desilusões porque tenho ilusões. Mas a minha consciência está tranquila, nos seus aniversários eu dei as respectivas prendas. Mas foi a última vez.
O mundo é dos espertos e eu tenho que começar a aprender a ser esperta, até porque estou muito farta, e cansada, de ser parva!
O mundo é dos espertos e eu tenho que começar a aprender a ser esperta, até porque estou muito farta, e cansada, de ser parva!
11 comentários:
Todos gostamos de receber, claro. Mas, mais do que o valor material da prenda, gostamos de saber que se lembraram de nós ou que nos conhecem e sabem do que gostamos. E eu também tenho que deixar de ser parva!
:)...Percebeste-me totalmente lá no meu cantinho:)
Este ano corto de vez com "os fretes" e faço questão que cortem comigo, estou cansada de faz de conta, exausta!...
Só me importam o meu marido e as minhas filhas...sobram 2 amigas únicas sobreviventes de carne e osso...
Como eu concordo contigo. Por isso, por ter reduzido substancialmente o número de felizes contemplados, te posso dizer que gastei uma hora a comprar prendas de natal.
Mais nada!" Eu tb faço o mesmo, não compro quase nada, porque quando compro algo, perco tempo à procura e tal e vejo que n fazem o mesmo comigo!
Concordo :) também comecei a ser assim, apenas dou a pessoas que realmente merecem e sabem que eu existo :)
Eu ainda estou na fase parva. O meu marido bem reclama, diz sempre "vais ver, quando chegar a tua vez quero ver o que te vão dar". Mas eu gosto de dar e não espero nada em troca. Reparo quem se lembra de mim ou não, quem teve em atenção os meus gostos e isso, mas quando vejo uma coisa que é a cara daquela pessoa nem penso duas vezes. Mas também não sou pessoa de dar por dar, só porque fica bem, só dou a quem me é querido.
Boa semana.
Tu não és parva, tu é boa. E acredita que haverá por aí mais uns quantos assim... :)
Estou como vocês, farta de fretes. Prendas para filhos e sobrinhos e pouco mais..
Percebo-te tão bem...eu também é cada vez mais para quem é importante para mim e para os quais sei que eu também sou importante!
Também adoptei o mesmo lema. O meu Natal, por exemplo, é peculiar, e cheguei a organizar um almoço de natal para amigas, mas cansei-me pelo mesmo motivo ao fim de 3 anos...
Beijocas ;)
Estimadas & Estimados:
...citando a ZON, há uma linha que separa... ser BOA de ser BURRA, e - que eu saiba! - eu ainda não mudei de espécie! :-)
Bjinhauuu!!!
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